segunda-feira, novembro 20, 2006

Triste, muito triste

Um missionário evangélico brasileiro, Edgar Gonçalves, foi morto em Díli, tornando-se a primeira vitima mortal estrangeira desde o início da crise político-militar em Timor- Leste, em Abril passado.

A morte de Edgar Gonçalves ocorreu cerca das 21:30 horas locais (12:30 horas de Lisboa), quando regressava a casa, acompanhado da irmã, proveniente de um culto religioso, segundo o pastor Durval Barbosa em declarações à Lusa."Trata-se de uma notícia trágica. A morte de uma pessoa querida que trabalhava muito, que veio para este país para ajudar a trazer a paz para este povo e que foi vítima de pessoas que têm muito ódio dentro de si", lamentou.

Cidadãos brasileiros que contactaram a irmã da vítima, que testemunhou o incidente, disseram à Agência Lusa que os dois irmãos foram surpreendidos por um grupo de jovens armados quando regressavam a casa."Ele tentou falar que não era timorense, que não era daqui, mas eles não quiseram ouvir e atacaram-no. Faleceu pouco depois", disse Durval Barbosa.

Josué Vieira Santos, outro cidadão brasileiro, precisou que a morte de Edgar Gonçalves apanhou de surpresa a comunidade brasileira, sobretudo por ocorrer dias depois das diversas iniciativas em prol da paz realizadas ao longo da semana passada na capital timorense."Depois de todas as passeatas de paz estávamos na esperança que a situação já estaria resolvida a nível de segurança pública", afirmou.

A morte de Edgar Gonçalves, a primeira de um cidadão estrangeiro em Timor-Leste relacionada com a crise político-militar desencadeada em Abril passado, verificou-se quando grupos de jovens surpreenderam a viatura em que seguiam os dois irmãos na zona entre os bairros de Akadiro Hun e Bidau, onde se situa o Hospital Nacional Guido Valadares.Depois de ter sido ferido, Edgar Gonçalves ainda conseguiu conduzir a viatura até uma casa em que residem outros brasileiros, que o tentaram transportar até ao Hospital Nacional, mas foram impedidos de o fazer devido à confusão nessa parte da cidade e a barreiras formadas por pneus, levantadas por grupos de jovens.

Transportado para a Clínica do Bairro Pité, o corpo chegou já sem vida.António de Souza e Silva, embaixador do Brasil em Díli, disse à Lusa que os médicos lhe comunicaram que Edgar Gonçalves tinha sido alvejado a tiro."A informação disponível é que o carro foi apedrejado no meio de uma confusão de rua. Ele foi alvejado entre o pescoço e o ombro. Quando cheguei (à Clínica do Bairro Pité) soube pelos médicos que tinha sido uma arma de fogo, uma pistola", adiantou o diplomat

Sem comentários: